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Pecados perdoados

Da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), dizem os bispos que “quem defende casamento 'gay' não é católico”. É que, no entender da CEP, "ser homossexual não é pecado, como ser heterossexual não é virtude. Estamos a falar de uma tendência. Um católico deve aderir à doutrina católica, mas esta, não vai por aí". Irrefutavelmente lógico. Mas há uma evolução ao nível das mentalidades quando afirmam que a homossexualidade não é pecado. Contudo a CEP parece abrir uma janela para o futuro quando diz que "o casamento não é um dogma da Igreja. O matrimónio sim". Parecem querer dizer que o casamento católico, o casamento-matrimónio, será sempre entre pessoas de sexo diferente com o intuito de procriar. Já o casamento civil poderá ser um contrato entre duas pessoas (suprimindo-se “sexo diferente”) sendo que para a Igreja será sempre um casamento-contrato e não um casamento-matrimónio?
No plano jurídico, trata-se tão-somente alterar o Código Civil na parte em que diz “sexo diferente”, alinhando assim com o artigo 13º da Constituição da República Portuguesa – o muitas vezes ignorado princípio da igualdade –, mantendo a parte em que se refere “constituir família” se formos da opinião de que os novos cônjuges homossexuais tem condições subjectivas para criarem e educarem um filho(a), ou adaptar a referida expressão se entendermos o contrário.
Noutro plano, lá está, trata-se de enfrentar a poderosa Igreja que como se sabe, ainda manda muito em num Portugal supostamente laico.

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