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A “Nazarenalidade”

Em conversas recentes com amigos “palecos” constatei uma evidência: adoram a Nazaré. Não falo da localidade que, por si, tem atributos naturais mais que suficientes para qualquer um gostar da Nazaré. Estou a falar do que eles mais gostam: a nossa “nazarenalidade”.
Os “palecos” em questão têm a sorte de conhecer a Nazaré como nós a conhecemos. Onde se pode passear, onde ficar quando vêm à praia, onde se pode comer o melhor marisco e a melhor caldeirada à nazarena, onde está a melhor imperial (galardão disputado entre o Zé do Aníbal, Berlim e Galé), o melhor berbigão, os lugares para estacionarem no verão e até os melhores atalhos para fugirem à polícia em determinados dias (de madrugada…)!
Conhecem o nosso Reveillon, o nosso Carnaval, “all inclusive”, com as salas de baile, os ranchos e cégadas, o Senhor dos Passos e o Círio da Nossa Senhora da Vitória, o jogo da banca e as brincadeiras tradicionais. Sabem a loucura que o verão traz. Gostam das Festas do Sítio, agora transformadas em “Nazaré em Festa”. Até já sabem o que é um foquim! Adoram ver as “mulheres da praia” vestidas de saia de roda indiferentes aos olhares de quem as mira de alto a baixo...
A vantagem de serem “palecos” faz com que vejam a Nazaré com melhores olhos que nós. Para eles, isto é um Mundo. "Portugal à parte", como ouvi dizer a um… Gostavam de viver cá, ouvi a outro…
Cedo aperceberam-se das especificidades do que é ser “sitêre”, “praiêre” e “pedernêrêre”. E vão entendendo, mas não compreendendo, algumas guerrinhas e tricas, por vezes obstinadas e ridículas, por vezes orgulhosamente teimosas. Como nazarenos de coração acabam por dizer no fim… “Só na Nazaré… mas não há terra comá Praia nem Site comá Pedernêra! Óliópss!”
Somos assim.

3 Comentários:

Anónimo disse...

Meu caro amigo Canec@o:

Supondo eu que faço parte desse teu grupo de amigos palecos, devo dizer que concordo na totalidade com o texto, e quase que me atrevia a dizer que me identifico, essencialmente com a parte de conhecer os atalhos de madrugada.
Mas aprecio de facto a “nazarenalidade” (palavra que descobriste numa conversa comigo, pelo que tb me sinto tio), além da beleza natural da Vila.
Estando longe, acredita que sendo paleco, sinto saudades da Nazaré com todo o explendor da sua "Nazarenalidade"

Grande Abraço
Virtu@l

Paleka disse...

N'á terra com'a Praia nem Site com'a Pedernêra... É de facto uma terra maravilhosa e cheia de potencialidades. Assim os nazarenos a consigam perceber e respeitar.

Anónimo disse...

Canecão a presidente da Camâra Municipal da Nazaré,já!!!!